Tudo sobre a Espasticidade Muscular

Existem doenças pouco conhecidas do público em geral, mas que afetam muitas pessoas. Esse é o caso da Espasticidade Muscular, um distúrbio do controle dos músculos que tem mais de 12 milhões de diagnósticos em todo o mundo.

Exatamente por isso, falar sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas dos profissionais da saúde, pacientes e familiares é fundamental. Afinal, buscar dados confiáveis é o primeiro passo para o tratamento.

Neste post, abordaremos os principais aspectos sobre essa condição, inclusive a possibilidade do uso do Canabidiol (CDB) como estratégia terapêutica — uma novidade que aumentou a demanda por cursos de Cannabis Medicinal no Brasil.

Se você busca uma fonte confiável de informações e deseja se informar melhor, basta continuar a leitura!

O que é Espasticidade Muscular?

A Espasticidade Muscular é uma doença que se caracteriza pela perda do controle dos movimentos musculares, que passam a se contrair de forma involuntária e de uma só vez.

Em uma pessoa saudável, os músculos são controlados pelo cérebro, por meio de um sistema complexo que garante que alguns sejam contraídos enquanto outros relaxam. Porém, danos ao sistema nervoso central podem afetar esse padrão.

Sendo assim, pacientes com essa condição podem ter reflexos hiperativos e dificuldade para comandar seus próprios músculos, especialmente os das pernas e braços.

Quais as causas dessa doença?

A Espasticidade Muscular é causada por condições congênitas ou situações que afetam a região do cérebro responsável pelo controle dos movimentos. Por isso, é possível listar diversas doenças e fatores que contribuem para o seu surgimento, como:

  • Paralisia Cerebral;
  • Esclerose Múltipla (EM);
  • Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
  • AVC (Acidente Vascular Cerebral);
  • lesões na medula espinhal.

Em geral, o ato de movimentar a perna, por exemplo, requer diversos comandos e estímulos de comunicação entre o cérebro e o músculo. Esses sinais são transmitidos pelos neurônios e pela medula espinhal. Porém, na pessoa com Espasticidade, esse fluxo é prejudicado.

Como ela se manifesta?

Os sintomas da Espasticidade Muscular costumam afetar a qualidade de vida dos pacientes de todas as idades. É importante conhecê-los, pois isso pode facilitar o diagnóstico e ajudar a equipe médica a encontrar o melhor tratamento. Veja:

  • elevação do tônus ​​muscular;
  • movimentos involuntários;
  • contrações involuntárias rápidas — conhecido como Clônus;
  • dores;
  • dificuldade para cuidar sua própria higiene;
  • dificuldade para falar;
  • dificuldade para se locomover;
  • postura corporal anormal;
  • posicionamento anormal de dedos, braços e ombros;
  • deformidade nos ossos e articulações;
  • fadiga;
  • estresse.

Quais os tratamentos para a Espasticidade Muscular?

Como vimos, essa doença ocorre quando os impulsos nervosos responsáveis pelo controle dos músculos são interrompidos ou danificados. As consequências são graves e prejudicam o cotidiano dos diagnosticados de diversas maneiras.

Caso não seja tratada da forma adequada, o distúrbio pode congelar articulações e causar úlceras de pressão na pele. Além disso, em caso de episódios prolongados, é possível que o paciente perca a capacidade de mover diversas partes do corpo, como os tornozelos, joelhos e quadris.

Sendo assim, é importante buscar auxílio médico assim que o primeiro sinal é identificado. Ele poderá indicar diversos tratamentos. Confira os principais!

Medicamentos

A maioria dos pacientes são tratados com medicamentos, que podem ser usados isoladamente ou em combinação com outras estratégias. A equipe médica responsável pelo caso deve verificar qual substância é a ideal para cada caso.

Nesse caso, existem várias opções e a escolha também leva em consideração a causa da Espasticidade Muscular. Entre os mais usados, podemos destacar:

  • Diazepam — efeito sedativo;
  • Fenol — bloqueador de nervos;
  • Tizanidina — reduz espasmos e relaxa os músculos.

Fisioterapia e Terapia Ocupacional

A fisioterapia e a terapia ocupacional podem ajudar a tratar a doença, uma vez que proporcionam maior flexibilidade aos músculos, além de melhorar a amplitude de movimento e coordenação motora.

Em alguns casos, combinado a esses procedimentos, é possível utilizar gessos ou aparelhos temporários e estimulação elétrica. A ideia é dar mais qualidade de vida ao paciente, ajudando-o a realizar suas tarefas diárias com mais autonomia.

Cirurgia

Em alguns casos, o procedimento cirúrgico pode ser recomendado: quando é necessário realizar a liberação de um tendão, interromper o trajeto nervo-músculo ou até mesmo para implantar a bomba de baclofeno. 

Nesse último caso, uma bomba é instalada no abdômen do paciente e libera a medicação de forma contínua.

Além disso, é possível realizar uma rizotomia, cirurgia em que o médico acessa os nervos sensoriais (que se parecem com longos cabos ao longo da coluna) e os isola de forma cuidadosa, para evitar que transfiram os impulsos de contração para os músculos.

Nesse caso, o neurocirurgião corta a fibra mais anormal com o intuito de aliviar os sintomas, sem afetar outras funções motoras e sensoriais.

Cannabis Medicinal

O Canabidiol (CDB) é uma alternativa interessante às medicações tradicionalmente utilizadas no tratamento da Espasticidade Muscular. Pesquisas indicam sua capacidade de reduzir os espasmos musculares e a dor nos pacientes diagnosticados.

Um estudo desenvolvido em pacientes italianos, apresentado na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia de 2019, demonstrou a eficácia do tratamento.

Após um mês usando a substância, 81,4% dos pacientes tiveram uma melhora de 20% de espasticidade. Após 18 meses, 40,2% dessas pessoas alcançaram melhora igual ou superior a 30%. 

Segundo a pesquisa, a redução média no grau dos espasmos foi de 28,9% no primeiro mês e 36,8% após 1 ano e 6 meses de tratamento com o CDB. 

É importante dizer que essa abordagem terapêutica é segura e tem diversos benefícios, especialmente a redução dos efeitos colaterais comuns desses remédios, como dependência, sonolência, náuseas, distúrbios do sono e o “efeito ressaca”.

Conclusão

A Espasticidade Muscular é uma doença que se manifesta em pessoas com condições neurológicas e pode impactar sua qualidade de vida. O tratamento deve ser iniciado de forma rápida e escolhido com critério e sempre levando em conta a redução de efeitos adversos.

Por esse motivo, é fundamental que a comunidade médica se mantenha atualizada sobre novidades terapêuticas, a fim de indicar as substâncias mais benéficas. O uso da Cannabis Medicinal é uma dessas tendências que deve ser acompanhada de perto por médicos, pacientes e familiares.